domingo, 6 de março de 2011

Amor sem razão


Tem vezes que gostaria de poder
controlar as emoções que se agitam
no interior deste Coração apaixonado.
Um saltitar que até assusta;
Um correr louco de sangue pelas veias;
Um latejar pulsante, incessante.
Acelera, quase pára, química pura,
Movimentos descoordenados.
É um querer não querendo,
Um desejar não podendo,
Enquanto a mente diz não,
O corpo fica clamando por sim.
A Razão cutuca, reprova, se agita
Fica inconformada, indignada.
Não tem razão física para tantas reações
desse pulsante e desobediente Coração.

Quem é esse outro Ser que
provoca tantas reações interiores?
Por que essa onda de movimentos
que a própria Razão não consegue controlar?
Neste momento, o Coração quer mandar
Só ele tem o poder e o corpo todo fica
alegremente a se manifestar, respondendo
aos comandos dessa máquina que
se movimenta louca e animadamente.
Bomba sangue, aumentam as energias.
Arrepia, faz corar, pura adrenalina.
Sentimentos instigantes,
Reagindo a um simples toque.
Pele com pele, olhares com mensagens
E a Razão, neste momento, perdendo terreno,
Em um lamento, consciente da fraqueza,
Pois somente o Coração domina o território.

Homem e Mulher se cruzam,
Química pura reagindo,
Sentimentos cruzados, abalados.
Sensações latentes, vibrantes.
Razão e Coração duelando.
Coração instiga, tempera, esquenta
Fazendo prevalecer a força do Amor
Sobrepujando todas as convenções sociais.
O tempo passa, nem se sabe quanto.
O corpo vai reduzindo seu ritmo.
O Coração vai se acalmando
Controlando e dominando o terreno,
Preparando a entrega para que a Razão
Realize sua análise e administre
O sentimento que permanecerá,
E quanto peso será dispensado
Ao Coração que não quis à Razão ouvir.

(Rosana Nobrega)

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